Como Escolher um Profissional de Adestramento: Guia Completo para Tutores Responsáveis

Escolher um adestrador de cães não é apenas uma questão de ensinar truques.
Trata-se de confiar a educação, o equilíbrio emocional e até a segurança do seu animal de estimação a outra pessoa.
E, como todo tutor responsável sabe, essa decisão não pode ser tomada de forma impulsiva ou apenas por preço.
Neste artigo completo do Manual dos Pet, você vai aprender como escolher um profissional de adestramento confiável, capacitado e ético, além de entender os diferentes métodos, certificações, perguntas que você deve fazer, sinais de alerta e tudo o que precisa saber para garantir a melhor experiência para você e seu pet.
1. Por que adestrar um cão?
Antes de falarmos sobre o profissional, é fundamental entender por que o adestramento é tão importante:
- Melhora a convivência familiar;
- Previne comportamentos indesejados, como agressividade, ansiedade e destruição;
- Proporciona mais liberdade ao cão, que aprende a respeitar limites e comandos;
- Aumenta a segurança, tanto do animal quanto das pessoas ao redor;
- Fortalece o vínculo entre tutor e pet.
E o mais importante: o adestramento respeitoso contribui para o bem-estar físico, emocional e mental do cão.
2. O que faz um profissional de adestramento?
O adestrador é o responsável por:
- Ensinar comandos básicos e avançados;
- Corrigir comportamentos inadequados;
- Promover socialização saudável;
- Criar planos personalizados de educação;
- Treinar o tutor a reforçar corretamente o que o cão aprende.
Mais do que treinar o cão, o bom adestrador educa a família a lidar com o animal de forma equilibrada e respeitosa.
Veja aqui os requisitos para contratar um profissional de adestramento
3. Quais os tipos de adestramento existem?
Antes de contratar, é essencial entender qual abordagem o profissional utiliza.
Os métodos mais comuns são:
3.1. Adestramento tradicional (aversivo)
Baseado em punições, comandos autoritários e uso de equipamentos como enforcadores.
Hoje, esse método é altamente desaconselhado por ser prejudicial ao emocional do cão e por causar medo, estresse e traumas.
3.2. Adestramento positivo (reforço positivo)
Focado em recompensas, motivação e respeito.
O cão aprende por meio de estímulos positivos, como petiscos, elogios e brincadeiras.
É o método mais recomendado por veterinários, etologistas e educadores modernos.
3.3. Adestramento misto
Combina técnicas de reforço positivo com correções leves.
Embora não tão prejudicial quanto o tradicional, ainda exige cuidado para não causar danos emocionais.
Dica: Priorize profissionais que trabalham exclusivamente com adestramento positivo, pois essa é a abordagem mais ética, eficaz e segura.
4. Qual a formação ideal de um adestrador?
O Brasil ainda não possui uma regulamentação oficial para a profissão, mas um bom adestrador deve ter:
- Cursos reconhecidos em comportamento canino e adestramento positivo;
- Conhecimento de etologia (ciência do comportamento animal);
- Certificações nacionais ou internacionais (CBPAK, Pet Anjo, Cão Cidadão, IBAC, Karen Pryor Academy, entre outras);
- Treinamentos em primeiros socorros veterinários;
- Formação complementar em psicologia animal, enriquecimento ambiental, linguagem corporal e manejo seguro.
5. Como encontrar um bom adestrador?
5.1. Pesquise em fontes confiáveis
- Indicações de médicos-veterinários;
- Plataformas especializadas (Pet Anjo, DogHero, Passeio Pet, Dog Walker App);
- Grupos de tutores em redes sociais;
- Recomendação boca a boca com amigos e familiares.
5.2. Avalie o conteúdo do profissional
- O adestrador compartilha informações educativas em suas redes sociais?
- Fala sobre adestramento respeitoso ou apenas “controle e obediência”?
- Promove o uso de equipamentos positivos?
Profissionais que investem na educação do tutor geralmente são mais éticos e atualizados.
6. Quais perguntas fazer antes de contratar?
Prepare uma entrevista com o profissional. Perguntas importantes incluem:
- Qual é a sua formação e certificações?
- Qual abordagem você utiliza? Usa reforço positivo?
- Você oferece avaliação comportamental antes de começar?
- Como lida com comportamentos como agressividade ou ansiedade?
- Quantas sessões são necessárias?
- O tutor participa dos treinos?
- Você envia relatórios ou vídeos dos treinos?
- Como você lida com os erros do cão?
- Quais equipamentos você utiliza?
- Já teve experiência com cães semelhantes ao meu?
As respostas a essas perguntas revelam muito sobre o caráter, a metodologia e o comprometimento do adestrador.
7. Sinais de que você está diante de um bom profissional
- Tem formação técnica e experiência comprovada;
- Trabalha com reforço positivo e recusa o uso de punições físicas;
- É transparente, pontual e ético;
- Respeita o ritmo, limitações e personalidade de cada cão;
- Inclui o tutor nas sessões, ensinando como manter os treinos em casa;
- Valoriza o bem-estar emocional do animal acima dos resultados rápidos;
- Fornece contrato, recibo e documentação clara.
8. Sinais de alerta (fuja se perceber!)
- Usa ou recomenda enforcadores, coleiras de choque, spray de pimenta ou outros métodos aversivos;
- Diz frases como “tem que mostrar quem manda” ou “ele precisa ser dominado”;
- Promete resultados milagrosos em poucos dias;
- Não permite a presença do tutor durante os treinos;
- Desconsidera problemas médicos como origem de comportamentos indesejados;
- Não oferece avaliação comportamental antes de sugerir pacotes de aulas;
- Demonstra impaciência, grosseria ou agressividade com os cães.
9. O papel do tutor no sucesso do adestramento
Mesmo com um excelente adestrador, o maior responsável pela evolução do pet é o tutor.
Por isso:
- Reforce os treinos em casa;
- Seja coerente e paciente;
- Evite punições ou comandos contraditórios;
- Siga as recomendações do profissional fielmente.
Adestramento não é mágica: é repetição, consistência, carinho e tempo.
10. Cães com necessidades especiais: cuidados redobrados
Se o seu cão apresenta:
- Agressividade reativa;
- Medo intenso de pessoas ou sons;
- Comportamento compulsivo (lamber patas, correr atrás do rabo);
- Ansiedade de separação;
- Fobias;
… então você precisa de um adestrador com formação em comportamento canino clínico.
Em alguns casos, será necessário trabalho conjunto com um veterinário comportamentalista.
11. Quanto custa contratar um adestrador?
Os valores variam conforme:
- Região;
- Qualificação do profissional;
- Frequência e duração das sessões;
- Necessidades comportamentais do pet.
Mas, para referência, os pacotes costumam variar de:
- R$ 80 a R$ 200 por sessão individual;
- Pacotes mensais entre R$ 400 e R$ 1500, dependendo da intensidade.
Lembre-se: não escolha pelo preço mais barato, mas sim pela qualidade e segurança.
12. O que esperar nas primeiras sessões?
As sessões iniciais costumam incluir:
- Avaliação do comportamento atual do cão;
- Identificação de pontos fortes e desafios;
- Definição de objetivos claros e realistas;
- Orientações ao tutor sobre como agir em casa.
Nunca aceite sessões que envolvam violência, gritos ou constrangimento ao animal.
13. O adestramento tem fim?
Sim e não.
Um bom programa de adestramento tem um início, meio e fim definidos, mas:
- A manutenção dos comandos depende do tutor;
- A educação canina é contínua;
- Mudanças na casa (mudança de ambiente, chegada de outro pet, bebê etc.) podem exigir novas sessões de readaptação.
14. Benefícios de escolher um bom adestrador
Quando o profissional é bem escolhido, você terá:
- Um cão equilibrado e feliz;
- Menos estresse no dia a dia;
- Maior conexão emocional com o pet;
- Mais liberdade para passeios, viagens e visitas;
- Um lar harmonioso e seguro.
15. Conclusão: escolher o adestrador certo muda tudo
O adestrador certo não ensina apenas comandos.
Ele transforma vidas — a do cão e a da família.
Por isso, investigue, questione, converse, analise. Não escolha com pressa.
O comportamento do seu pet está em jogo, e ele merece o melhor.Lembre-se: adestramento bom é aquele que respeita, educa e fortalece vínculos.